Conferência de Lausana

A delegação turca na conferência, 1923 (İsmet İnönü na primeira fila, quarto da esquerda)

A Conferência de Lausana[1][2][3][4] (Lausanne) foi uma conferência realizada na cidade de Lausana, na Suíça durante 1922 e 1923. Seu propósito foi a negociação de um tratado para substituir o Tratado de Sèvres que, sob o novo governo de Kemal Paxá (Atatürk), deixou de ser reconhecido pela Turquia.

A conferência foi aberta em novembro de 1922, com representantes do Reino Unido, França, Itália e da própria Turquia. A Grande Assembleia Nacional, o parlamento turco, escolheu İsmet İnönü, Rıza Nur e o rabino-chefe Chaim Nahum como seus representantes. George Nathaniel Curzon, Secretário do Exterior britânico, foi coordenador da conferência e a mediou. A França e a Itália acreditavam que, após a Crise de Chanak, o prestígio britânico com a Turquia estaria irremediavelmente danificado, e ficaram chocados ao descobrir que o respeito turco pelos britânicos não havia sido diminuído, já que as tropas destes haviam mantido suas posições durante a batalha em Chanak, enquanto os franceses, por sua vez, receberam ordens para recuar.

A conferência durou onze semanas; ouviram-se discursos de Benito Mussolini, da Itália, e Raymond Poincaré, da França, entre outros. Ao final, a Turquia concordou com as cláusulas políticas e a "liberdade dos estreitos", que era a principal preocupação britânica. A questão da situação de Mossul foi adiada, já que Curzon recusou-se a ser pressionado para alterar a posição britânica de que a área fazia parte do Iraque; a delegação francesa, no entanto, não conseguiu atingir qualquer uma de suas metas, e em 30 de janeiro fez um comunicado anunciando que o país não considerava o tratado mais do que uma "base para discussão". Os turcos recusaram-se, então, a assinar o tratado; em 4 de fevereiro de 1923 Curzon fez um apelo final a İsmet Paxá, para que o assinasse, e quando este recusou as negociações foram interrompidas, e o próprio Secretário do Exterior abandonou o país na mesma noite, no Expresso do Oriente.[5]

O Tratado de Lausana acabou sendo assinado finalmente em 24 de julho de 1923.

Referências

  1. Lusa, Agência de Notícias de Portugal. «Prontuário» (PDF). Consultado em 10 de outubro de 2012 
  2. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  3. Gradim, Anabela (2000). «9.7 Topónimos estrangeiros». Manual de Jornalismo. Covilhã: Universidade da Beira Interior. p. 167. ISBN 972-9209-74-X. Consultado em 27 de março de 2020 
  4. Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 355 
  5. Are Turkish leaders ill-informed about their own history?
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