Raimundo Padilha

Raimundo Padilha
Raimundo Padilha
Raimundo Padilha
Governador do Rio de Janeiro
Período 1971 a 1975
Antecessor(a) Jeremias Fontes
Sucessor(a) Faria Lima
Dados pessoais
Nascimento 8 de abril de 1899
Fortaleza, CE
Morte 19 de setembro de 1988 (89 anos)
Petrópolis, RJ
Cônjuge Mayard Meirelles Padilha
Filhos(as) Moacyr Padilha
Tarcísio Padilha
Partido AIB, Partido de Representação Popular, UDN e ARENA
Profissão economista

Raimundo Delmiriano Padilha (Fortaleza, 8 de abril de 1899Petrópolis, 19 de setembro de 1988) foi um economista e político brasileiro.

Biografia

Criado pela família na cidade de Santos, no litoral paulista, ainda jovem Raimundo Padilha mudou para a cidade do Rio de Janeiro, a fim de estudar no Colégio Pedro II. Na juventude, conseguiu ingressar na Escola Politécnica, porém largou o curso de engenharia para cuidar da família, após o falecimento de seu pai. Começou a carreira de bancário, na qual fundou o sindicato da categoria.[1]

Ingressou cedo no movimento integralista, chefiando o movimento no estado do Rio de Janeiro após a Intentona Comunista de 1935. Tomou parte do Levante integralista de 1938, ao lado de outros líderes Integralistas, quando foi preso e torturado pela polícia política de Getúlio Vargas.[1][2]

Raimundo Padilha em uniforme integralista, 1937.

Esteve presente em inúmeras manifestações dos camisas-verdes antes do seu encerramento pelo Estado Novo, tendo papel de destaque no Congresso Integralista de Petrópolis. Compôs o Conselho Supremo da Ação Integralista Brasileira, um dos principais órgãos do movimento do Sigma, ao lado de outros intelectuais. Com o exílio de Plínio Salgado em Portugal, em 1939, foi nomeado para substitui-lo na chefia nacional do movimento integralista no Brasil.[3]

Após ser posto em liberdade, em 1944, ajudou a fundar, com Plínio Salgado ainda no exílio, o Partido de Representação Popular (PRP), pelo qual foi eleito suplente de deputado federal em 1950. Em 1952 assumiu o mandato na Câmara dos Deputados no lugar do titular que havia falecido. Se reelegeu em 1954, 1958 e 1962 pela UDN.[2]

Apoiou o golpe militar de 1964 e se reelegeu mais uma vez em 1966, desta vez pela ARENA, o partido de sustentação do governo.[2]

Em 1971 foi indicado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici para o cargo de Governador do Estado do Rio de Janeiro. Ao assumir o cargo, em 15 de março, declarou que os Estados, no novo federalismo brasileiro, adquiriram "uma responsabilidade maior: aquela com o todo nacional. A Revolução não consente que as unidades federadas atentem contra a União", o que foi "uma das grandes renovações operadas no organismo nacional". Comprometeu-se com a tarefa de implantar um novo sistema de relações com a União. Logo em seguida, declarou seu propósito de promover "a defesa e a proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana". Apesar disso, afirmou a suposta "distinção entre repulsa à violência e necessidade de usar da energia para resguardo dos valores morais e políticos" do golpe de 1964.[4][2]

Ocupou o Governo do Estado do Rio de Janeiro até 15 de março de 1975, quando da fusão com o estado da Guanabara, projeto ao qual foi contrário.[5] Ao final de seu período de governo, a administração de Raimundo Padilha, como muitas outras na época, foi objeto de reiteradas críticas e censurada pela má aplicação dos recursos públicos. Ficou notável, nesse particular, o aterro marítimo que executou em Niterói e que permaneceu inacabado e sem uso. Seu sucessor, considerando-os desnecessários, demitiu mais de três mil funcionários contratados por Padilha nos últimos momentos de sua gestão. Após o término do seu mandato, retirou-se da vida pública.[2]

Em 12 de dezembro de 2006, o Deputado Elimar Máximo Damasceno (PRONA-SP), pronunciou discurso na Câmara dos Deputados em homenagem ao Governador Raimundo Padilha, traçando sua ampla trajetória na vida pública brasileira.

Do seu casamento, com Mayard Meirelles Padilha, teve nove filhos. Um deles, Moacyr Padilha, foi um destacado jornalista brasileiro, tendo sido por dez anos redator-chefe e diretor do Jornal do Commercio, da cidade do Rio de Janeiro, assim como diretor de jornalismo do jornal O Globo.[6][2] Outro, Tarcísio Padilha, foi o líder dos filósofos católicos no Brasil e membro da Academia Brasileira de Letras.

Referências

Em 1974.
  1. a b OLIVEIRA, Alexandre Luís de (2014). Do integralismo ao udenismo: a trajetória política de Raymundo Padilha (PDF) (Dissertação de Mestrado). Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora 
  2. a b c d e f Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - (CPDOC). «RAIMUNDO DELMIRIANO PADILHA». Fundação Getúlio Vargas - FGV. Consultado em 9 de junho de 2022 
  3. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «RAIMUNDO DELMIRIANO PADILHA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 7 de maio de 2019 
  4. Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 16 de março de 1971, 1º caderno, p. 3.
  5. «Alerj». Consultado em 9 de outubro de 2006. Arquivado do original em 14 de março de 2007 
  6. «Moacyr Padilha: Ex-diretor de Jornalismo do GLOBO». A História do jornal O Globo desde a sua fundação: Perfis e depoimentos. Consultado em 13 de junho de 2022 

Bibliografia

  • CALIL, Gilberto G. O Integralismo no Pós-Guerra. A Formação do PRP (1945-1950). Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
  • MERG, Camila Ventura. "O Despertar da Nação: nacionalismo e espiritualismo na doutrina integralista" Revista eletrônica Cadernos de História, Departamento de História da UFOP, Ano I, n.º 2, setembro de 2006 ISSN 19800339 (http://www.ichs.ufop.br/cadernosdehistoria)
  • FIGUEIRA, Guilherme Jorge. As eleições de 1955: Ensaio sobre a participação de Plínio Salgado nas eleições presidenciais. Revista do Arquivo, Rio Claro - SP. n°11, p.60-63, jun.2013 (https://web.archive.org/web/20130127202921/http://www.aphrioclaro.sp.gov.br/2012/10/17/arquivo-recebe-artigos-para-a-revista-no-11/).

Precedido por
Jeremias Fontes
Governador do Rio de Janeiro
19711975
Sucedido por
Faria Lima
  • v
  • d
  • e
  1. Francisco Vítor da Fonseca e Silva
  2. Francisco Portela
  3. José Marques Guimarães
  4. Carlos Baltasar da Silveira
  5. José Tomás da Porciúncula
  6. Joaquim Maurício de Abreu
  7. Alberto Torres
  8. Quintino Bocaiuva
  9. Nilo Peçanha
  10. Oliveira Botelho
  11. Alfredo Backer
  12. Oliveira Botelho
  13. Nilo Peçanha
  14. Francisco Guimarães
  15. Agnelo Geraque Collet
  16. Raul Veiga
  17. Raul Fernandes
  18. Aurelino Leal
  19. Feliciano Sodré
  20. Manuel Duarte
  21. Demócrito Barbosa
  22. Plínio Casado
  23. Mena Barreto
  24. Pantaleão Pessoa
  25. Ari Parreiras
  26. Newton Cavalcanti
  27. Protógenes Guimarães
  28. Heitor Collet
  29. Amaral Peixoto
  30. Alfredo Neves
  31. Abel Magalhães
  32. Lúcio Meira
  33. Hugo Silva
  34. Francisco Santos
  35. Álvaro Rocha
  36. Macedo Soares
  37. Amaral Peixoto
  38. Miguel Couto
  39. Togo de Barros
  40. Osmar Serpa de Carvalho
  41. Roberto Silveira
  42. Celso Peçanha
  43. José de Carvalho Janotti
  44. Luís Miguel Pinaud
  45. Badger da Silveira
  46. Cordolino José Ambrósio
  47. Paulo Torres
  48. Teotônio Ferreira de Araújo Filho
  49. Geremias Fontes
  50. Raymundo Padilha
  51. Faria Lima
  52. Chagas Freitas
  53. Leonel Brizola
  54. Moreira Franco
  55. Leonel Brizola
  56. Nilo Batista
  57. Marcello Alencar
  58. Anthony Garotinho
  59. Benedita da Silva
  60. Rosinha Garotinho
  61. Sérgio Cabral
  62. Luiz Fernando Pezão
  63. Wilson Witzel
  64. Cláudio Castro

Sedes e residências
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