Francisco José Pereira

Francisco José Pereira
Nascimento 3 de abril de 1933
Florianópolis,
Santa Catarina,
Brasil
Morte 2 de julho de 2012 (79 anos)
Florianópolis,
Santa Catarina,
Brasil
Nacionalidade Brasileira
Ocupação advogado, jornalista e escritor
Prêmios
  • Medalha do Mérito Anita Garibaldi pelo Governo de Santa Catarina
  • Título Honorífico pela cidade de Blumenau
  • Melhor Livro do Ano pela ACL para O Pardieiro
  • Lexicologia de Os Sertões – O vocabulário de Euclides da Cunha pela ABL

Francisco José Pereira (Florianópolis, 3 de abril de 1933Florianópolis, 2 de julho de 2012[1]) foi um advogado, jornalista e escritor brasileiro.

Biografia

Francisco José Pereira nasceu na cidade de Florianópolis, em abril de 1933.

Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Desde 2005, ocupou a cadeira 5 da Academia Catarinense de Letras, da qual é patrono Crispim Mira.

Carreira

Aos 19 anos, ingressou no jornalismo da capital. Foi redator e gerente do jornal Diário da Tarde (1952 a 1955). Criou (com Nazareno Coelho) o jornal O Invicto, semanário esportivo de ampla circulação na cidade de Florianópolis (1953 a 1954). Foi redator do jornal Unidade (1959-1963) e diretor do jornal Folha Catarinense, com circulação em todo o Estado de Santa Catarina de 1963 a 1964 (cuja gráfica foi destruída após o golpe militar de 1964). Na imprensa de caráter cultural, foi um dos editores do suplemento Letras e Artes do jornal O Estado (1957). Foi redator do jornal de artes Roteiro, órgão de divulgação cultural catarinense, onde publicou seus primeiros contos (1958). Nesta mesma época colaborou com as revistas Sul e Litoral, com a publicação de diversos contos.

Ingressou em 1955 na Faculdade de Direito de Santa Catarina. Teve ativa participação na política estudantil. Membro do Conselho Universitário da União Catarinense de Estudantes (UCE), dirigiu os jornais Folha Acadêmica (Faculdade de Direito) e O Lutador (UCE). Em julho de 1955, ingressou no Partido Comunista Brasileiro.

Formado em Direito em 1959, foi advogado do Sindicato dos Mineiros de Criciúma (1960-1961). No ano seguinte, transferiu-se para Blumenau e, com escritório próprio de advocacia trabalhista, dedicou-se exclusivamente às demandas da classe operária (1962-1964).

Membro da Executiva Estadual do PCB, foi preso pelo Exército golpista em 1º de abril de 1964, mantido em cárcere por sete meses no Quartel da Polícia Militar do Estado do Paraná. Foi condenado por sua militância política a pena de 12 anos de reclusão. Evadiu-se da prisão e asilou-se na Embaixada da Bolívia, deixando o país em janeiro de 1965 na condição de exilado político, mediante salvo-conduto expedido pelo Itamarati. Viveu no exílio por 15 anos, regressando ao Brasil em maio de 1980, sob o amparo da Lei de Anistia.

No exterior, obteve o título de Mestre em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, em 1969. Defesa da tese: Phénomènes politiques dans le processus du développement. Le militarrisme en Amérique Latine — Une étude de cas: le Brésil. Diploma Especial em Sociologia do Desenvolvimento, pelo Instituto de Estudos de Países em vias de Desenvolvimento, da mesma Universidade Católica de Lovaina, em 1970. Foi contratado como consultor de organismos especializados em desenvolvimento sócio-econômico da Organização das Nações Unidas, atuando em diversos países da América Latina e na África: FAO (República Dominicana, Moçambique), CEPAL (México), ILPES (Chile), FIDA (Nicarágua, Bolívia) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em Honduras, Equador e Paraguai.

No regresso, ocupou vários cargos políticos, entre eles, Diretor de Planejamento da COBAL (Ministério da Agricultura, 1985), Superintendente da SUDESUL (1986-1987), Diretor-Presidente do IPUF (1988) e Secretário Municipal Florianópolis, no governo da Frente Popular (1993-1996). Foi Presidente estadual do Partido Popular Socialista (PPS), que sucedeu o PCB, no período 1994-1996.

Em 1996, fundou a Editora Garapuvu (Nome da árvore símbolo de Florianópolis), pela qual tem editado muitos escritores catarinenses.

Editou, em 200l, a obra Lexicologia de Os Sertões – O vocabulário de Euclides da Cunha, livro premiado pela Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro (cidade).

Reconhecimento

Recebeu em 2005 a Medalha do Mérito Anita Garibaldi, concedida pelo Governo do Estado de Santa Catarina e o Título Honorífico de Cidadão Blumenauense, entregue em sessão solene da Câmara Municipal de Blumenau. Em 2009 recebeu, em Sessão Solene de Concessão, a Comenda do Legislativo Catarinense (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina)

Obras

Como escritor publicou: Apartheid – O Horror Branco na África do Sul (1985)- Editora Brasiliense (quando Nelson Mandela ainda permanecia preso na Ilha Robben, cumprindo pena de prisão perpétua).

Foi organizador, co-autor e editor de: O Dez Mandamentos Editora Garapuvu (1996); Contos de Carnaval Editora Garapuvu (1997); Círculo de Mistérios Editora Garapuvu (2000); Nossos Melhores Contos Editora Garapuvu (2003); Nem sempre foi Assim - Contos dos Anos de Chumbo Editora Garapuvu (2007).

O livro O Pardieiro (1999), recebeu prêmio de Melhor Livro do Ano, concedido pela Academia Catarinense de Letras e foi indicado como leitura obrigatória para o vestibular da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

  • Phénomènes politiques dans le processus du développement. Le militarrisme en Amérique Latine — Une étude de cas: le Brésil (1969)
  • Apartheid – O Horror Branco na África do Sul (1985)
  • As Duas Mortes de Crispim Mira (1992) - (romance histórico) Ed. Lunardelli/FCC
  • Desterro de Meus Amores (1993) - (contos) Ed. Lunardelli/FCC
  • Um Ônibus e Quatro Destinos (1994) - (romance) Ed. Movimento (co-autoria)
  • Voo da Morte (1995) - (romance histórico) Ed. Garapuvu em co-edição Ed. Lunardelli
  • O Pardieiro (1999) - (contos) Ed. Garapuvu
  • Destinos sem Repouso (2001) - (contos) Ed. Garapuvu
  • Havia Estrelas no Céu (2003) - (contos) Ed. Garapuvu
  • O Tempo de Eduardo Dias - Tragédia em 4 tempos (2005) - (teatro) Ed. Garapuvu (em co-autoria com Amilcar Neves)
  • Contos Completos (2006) - Ed. Garapuvu

Ligações externas

  • Editora Garapuvu
  • Biografia no sítio da Academia Catarinense de Letras

Referências

  1. Morre o escritor catarinense Chico Pereira, aos 79 anos
  • IHGSC http://www.ihgsc.th.com.br/?page_id=210  Em falta ou vazio |título= (ajuda)


Precedido por
Theobaldo Costa Jamundá
ACL - cadeira 5
2005 — 2012
Sucedido por
Deonísio da Silva


  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10

1: (Álvaro de Carvalho): Clementino Fausto Barcelos de Brito Arnaldo Silveira Brandão Edy Leopoldo Tremel
2: (Antero dos Reis Dutra): Laércio Caldeira de Andrada Silveira Júnior Urda Alice Klueger
3: (Carlos de Faria): Alfredo Filipe da Luz Paulo Lago Moacir Pereira
4: (Cláudio Luís da Costa): Luís Antônio Ferreira Gualberto Carlos da Costa Pereira José Ferreira da Silva • João Alfredo Medeiros Vieira
5: (Crispim Mira): Leopoldo de Dinis Martins Júnior Teobaldo Costa Jamundá Francisco José Pereira • Deonísio da Silva
6: (Duarte Mendes de Sampaio): João Nepomuceno Manfredo Leite Paulo Gonçalves Weber Vieira da Rosa Hugo Mund Júnior
7: (Duarte Paranhos Schutel): Juvêncio de Araújo Figueiredo Francisco de Oliveira e Silva Raulino Reitz Leatrice Moellmann Kátia Rebello
8: (Eduardo Duarte Silva): Marcos Konder Vítor Konder Carlos Gomes de Oliveira Polidoro Ernani de São Tiago Sílvio Coelho dos Santos Mário Pereira • Apolinário Ternes
9: (Feliciano Nunes Pires): Anfilóquio de Carvalho Gonçalves Ivens Bastos de Araújo Martinho José Calado Júnior João Nicolau Carvalho vaga
10: (Francisco Antônio Castorino de Farias): Delminda Silveira Castorina Lobo de São Tiago Júlio de Queiroz Godofredo de Oliveira Neto

Brasão da ACL
Cadeira 11 a 20

11: (Francisco Carlos da Luz): Edmundo da Luz Pinto Henrique Stodieck Glauco Rodrigues Correia Hoyêdo de Gouvêa Lins • Olsen Júnior
12: (Francisco Pedro da Cunha): Heitor Pinto da Luz e Silva Holdemar Menezes 13: (Francisco Tolentino): Tito Carvalho José Artulino Besen
14: (Gustavo de Lacerda): Silveira Lenzi José Isaac Pilati
15: (Cruz e Sousa): Othon da Gama Lobo d'Eça Celestino Sachet
16: (João Justino Proença): Horácio Serapião de Carvalho Alcides Abreu Laerte Tavares
17: (Jerônimo Coelho): José Arthur Boiteux Osvaldo Rodrigues Cabral Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Gilberto Gerlach Vaga
18: (João Silveira de Sousa): Henrique Fontes José Curi
19: (Joaquim Antônio de São Tiago): Arnaldo Claro São Tiago Arthur Pereira e Oliveira 20: (Joaquim Augusto do Livramento): Fúlvio Aducci Custódio Francisco de Campos Vítor Antônio Peluso Júnior Osvaldo Ferreira de Melo

Cadeira 21 a 30

21: (Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva): Joe Collaço Evaldo Pauli 22: (Jonas de Oliveira Ramos): Nereu Ramos Joaquim Domingues de Oliveira Luís Gallotti Konder Reis 23: (José Cândido de Lacerda Coutinho): Altino Corsino da Silva Flores Flávio José Cardozo
24: (José Johanny) Francisco Barreiros Filho Liberato Manuel Pinheiro Neto
25: (Juvêncio Martins Costa): Amaro Seixas Ribeiro Neto Paschoal Apóstolo Pítsica Jair Francisco Hamms Carlos Ronald Schmidt 26: (Lauro Müller): Adolfo Konder Sylvia Amelia Carneiro da Cunha Lélia Pereira da Silva Nunes
27: (Luís Delfino): João Batista Crespo Pedro Bertolino
28: (Lídio Martins Barbosa): Osvaldo Melo Péricles Prade
29: (Liberato Bittencourt): Edmundo Acácio Soares Moreira Napoleão Xavier do Amarante
30: (Manuel Joaquim de Almeida Coelho): Lucas Alexandre Boiteux Jaldyr Bhering Faustino da Silva Jali Meirinho

Cadeiras 31 a 40

31: (Manuel José de Sousa França): Henrique Boiteux Walter Piazza João José Leal
32: (Manuel dos Santos Lostada): Gustavo Neves Lauro Junkes 33: (Manuel da Silva Mafra): Gil Costa Renato de Medeiros Barbosa Silveira de Souza vaga
34: (Marcelino Antônio Dutra): Ogê Mannebach • Osvaldo Della Giustina
35: (Martinho José Calado e Silva): Haroldo Genésio Calado Lídio Martinho Calado Rodrigo de Haro vaga
36: (Oscar Rosas): José dos Santos de Dinis Martins Iaponan Soares 37: (Polidoro Olavo de São Tiago): Ivo d'Aquino Licurgo Costa Artemio Zanon
38: (Roberto Trompowski): Maura de Senna Pereira Salomão Ribas Júnior
39: (Sebastião Catão Calado): Carlos José da Mota de Azevedo Correia Almiro Caldeira de Andrada Gilberto Callado de Oliveira
40: (Virgílio Várzea): Nereu Correia Norberto Ungaretti

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